A versão ideal do teletrabalho ainda está em construção, mas alguns fatores têm de ser levados em conta para que a experiência seja bem sucedida.

1. Nova mentalidade. O sucesso do trabalho remoto depende de a empresa realmente querer abrir mão do modelo controlador de gestão em favor de outro, baseado em metas com autonomia. A descentralização do poder exige capacitação dos gestores e melhoria na comunicação em todos os níveis.

2. Sem brechas. Além de contrato ou de aditivo contratual, outros pontos da formalização do acordo merecem atenção. Ter um manual com diretrizes sobre entregas, reuniões, cuidados com saúde e ergonomia, direito à desconexão e temas afins é tão importante quanto adequar os benefícios oferecidos e reavaliar a política de segurança da informação.

3. Liderança. Gerir equipes remotas é um desafio. A distância da empresa e dos colegas compromete a aderência aos valores corporativos, o que pode ser fatal com a maior autonomia dada ao colaborador, e dificulta a troca de ideias, afetando a criatividade e a motivação. Reuniões e bate-papos virtuais frequentes ajudam nesse sentido, mas não dispensam encontros presenciais esporádicos ou o trabalho no escritório em alguns dias da semana. É preciso, ainda, reinventar o espaço para o papo do cafezinho, em que assuntos profissionais dão lugar à “conversa fiada” sobre família, escola, passeios, etc.

4. Apoio à adaptação. Quando se cria condições, os resultados vêm. O fornecimento de equipamentos, mobiliário, suporte de TI e ajuda de custo para internet e energia não é tudo. Dicas sobre ergonomia, práticas voltadas à saúde e bem-estar e como conciliar trabalho e vida pessoal devem integrar o pacote.