Dominar informações relevantes sobre o próprio negócio melhora a tomada de decisões, permitindo que gestores conduzam a empresa de forma mais estratégica
Tão importante quanto ter uma rota bem definida para os rumos que a empresa vai seguir é usar instrumentos de navegação que sejam capazes de indicar os caminhos mais eficientes e seguros. A gestão baseada em dados funciona como essa bússola, orientando gestores na condução de seus negócios.
“Os benefícios de uma gestão baseada em dados estão relacionados principalmente ao acesso a dados precisos e em tempo hábil para agilizar a tomada de decisão”, descreve a professora e coordenadora do curso de administração da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Campus Londrina, Adriana Martello Valero. “Isso no contexto atual dos negócios é uma vantagem competitiva”, acrescenta.
Em relação à parte financeira, a professora ressalta que a capacidade analítica possibilita a alocação eficaz dos recursos e a previsão de cenários com maior grau de confiança, o que é decisivo em cenários de incertezas. O problema é que, apesar dos benefícios e das inúmeras ferramentas que as empresas têm à disposição, os dados ainda não são explorados plenamente.
De acordo ela, o problema pode estar relacionado a fatores como “falta de uma infraestrutura tecnológica adequada, dificuldade de integração de dados de diferentes fontes e carência de profissionais qualificados para a análise e interpretação dos dados”. Outra barreira é a cultura organizacional resistente à transformação digital, que a professora cita como “o maior dificultador para o incremento das tomadas de decisões baseadas em dados”.
Vencer esses obstáculos é fundamental para as empresas que buscam aumentar suas vantagens competitivas. Por meio dos dados, esses negócios “estarão mais preparados para agir frente às mudanças de forma ágil”, pontua Valero. A organização orientada a dados também tem maior potencial para “identificar oportunidades e inovar em suas operações de forma contínua, adaptando-se mais rapidamente do que seu concorrente”.
Desafios para os pequenos negócios
Para o professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Hudson Souza Pereira, o fator humano é uma das principais dificuldades enfrentadas pelas empresas na adoção de um modelo de gestão baseado em dados. Existem tecnologias e ferramentas que dependem de profissional qualificado para desenvolver sistemas analíticos, como o Microsoft Power BI.
No contexto empresarial, o Power BI é um dos recursos mais utilizados e serve para capturar dados de diferentes origens, organizando-os de forma a facilitar a análise. “É uma ferramenta que apresenta os dados de maneira lógica e simplificada, facilitando a interpretação dessas informações. Com isso, é possível tomar decisões de maneira mais rápida, mas operar o Power BI não é uma tarefa simples”, argumenta Pereira. “Estamos falando de um profissional altamente qualificado e disputado no mercado de trabalho”.
Para pequenas e médias empresas (PMEs) que não precisam de uma estrutura tão robusta, o caminho mais eficiente pode ser utilizar softwares de gestão disponíveis no mercado. Nesse caso, é preciso compreender para qual finalidade o sistema será usado e buscar uma ferramenta prática e integrada a outras que a empresa já utiliza. “O gestor precisa da informação pronta para tomar a decisão de forma tempestiva; por isso, o ideal é que ele não tenha que entrar em um sistema e buscar interpretar o que está ali”, orienta.
Modo de usar
- Defina prioridades: identifique tarefas e ações de maior impacto para o crescimento e sustentabilidade da empresa.
- Delegue atividades: deixe os gestores estratégicos focados na análise de dados e tomada de decisão, delegando tarefas operacionais a outros membros da equipe.
- Conheça as tecnologias: escolha os softwares mais adequados aos seus objetivos, buscando a integração entre os sistemas.
- Automatize tarefas repetitivas: use ferramentas de automação para reduzir a carga de atividades rotineiras.
- Torne a análise de dados rotineira: incorpore a análise de dados à rotina dos gestores, com o foco em metas estratégicas e monitoramento dos indicadores.