Presença online precisa ser construída de forma gradativa, com investimentos bem planejados, elaborados de acordo com os objetivos estratégicos do negócio e o perfil do público-alvo

Com inúmeras oportunidades de alcance e interações com potenciais clientes, o ambiente digital se transformou em um espaço cada vez mais disputado pelas empresas. É nesse cenário que surgem cada vez mais ferramentas voltadas às estratégias de marketing.

O coordenador e professor da pós-graduação em Gestão de Marketing e Estratégias Digitais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Johnny Soares, esclarece que, diante de tantas opções, é importante que os gestores se mantenham atualizados e analisem tanto as funcionalidades quanto os benefícios de cada ferramenta.

Além disso, é fundamental manter o foco nos objetivos a serem alcançados, como formar uma base de potenciais clientes (leads) para construir relacionamento, automatizar ações de marketing, obter insights a partir de dados, entre outros propósitos. “Porque existem inúmeras ferramentas e plataformas no mercado, das mais simples às mais robustas”, ressalta.

Soares avalia que as tecnologias que integram inteligência artificial e automação, a exemplo dos mais recentes chatbots, “têm ganhado destaque por oferecer soluções personalizadas e com resultados impressionantes”. É o caso de plataformas como HubSpot, Salesforce, Amplitude e Mixpanel, que permitem “analisar como diferentes segmentos de usuários interagem com um produto, rastrear eventos, obter insights e acompanhar toda a jornada do cliente, desde a captura de leads até a conversão”.

Para a identificação de leads qualificados, Soares destaca ferramentas como LinkedIn Sales Navigator, Speedio e Apollo.io. Em termos de previsão de tendências, soluções de análise preditiva, como o Clearbit, ajudam a priorizar contatos com maior probabilidade de conversão.

Além dos canais tradicionais, como Google Ads e Meta Ads (plataforma de anúncios da Meta), Soares cita o TikTok Ads, voltado para públicos jovens, ampliando o alcance das campanhas. Entretanto, ele frisa que aspectos como compatibilidade com sistemas internos, a exemplo do Customer Relationship Management (CRM) e do Enterprise Resource Planning (ERP), bem como a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), são essenciais para garantir segurança e eficiência no uso dessas ferramentas.

Para micro e pequenas empresas (MPEs) sem presença digital consolidada, Soares recomenda um início simples: criar um site otimizado e perfis em redes sociais adequadas ao público, além de adotar ferramentas acessíveis como Google Meu Negócio e WhatsApp Business.

Da estratégia ao resultado

O professor de marketing digital da ESPM, João Finamor, amplia essa perspectiva ao defender uma abordagem completa, que considera etapas de planejamento, execução e análise. Ferramentas como Miro, úteis para criar fluxogramas e organizar ideias, e Trello, voltado à gestão de tarefas, ajudam a estruturar o projeto e alinhar equipes.

A escuta ativa do consumidor é outro pilar nessa jornada. Soluções de social listening, como Estilingue, são adequadas para mapear redes sociais, identificar menções positivas e negativas, compreender o que o público comenta e deseja. Isso orienta a escolha dos canais e evita o investimento em plataformas que não são compatíveis com o perfil buscado. “O maior erro na prospecção é não entender o cliente e não saber onde ele está”, adverte o professor.

No momento de atrair efetivamente esses clientes, Finamor indica o uso de tráfego pago, apoiado em Google Ads e Meta Ads, ferramentas já consolidadas e versáteis. Para analisar os resultados e ajustar campanhas, ferramentas como o Google Data Studio são eficazes, pois agregam dados de forma visual e acessível, facilitando análises e processos decisórios.

Para MPEs, Finamor sugere um crescimento progressivo. Começar por um canal principal, testar anúncios pagos e, à medida que os resultados apareçam, aumentar o alcance para outras redes sociais, parcerias com influenciadores ou programas de afiliados. Essa “espiral de investimento consciente” envolve mais do que recursos financeiros: requer equipe capacitada, tempo de aprendizado e adaptações constantes.