Ainda que seja difícil antever qual sociedade emergirá desta paralisação geral imposta por um vírus, algumas mudanças de comportamento já são perceptíveis.

1. Consumo racional. A recessão econômica atual torna o consumidor mais austero. E as formas de economia que ele aprender agora não serão esquecidas. Portanto, é pouco provável que ele volte a gastar como antes, mesmo depois de superada a crise.

2. Outro consumidor. De um lado, o endividamento leva as pessoas a reverem o que é essencial, a manterem o “faça você mesmo” e a adotarem práticas como economia compartilhada ou permuta. De outro, o isolamento apresenta-lhes as compras digitais e suas vantagens, como indicação de produtos por inteligência artificial (IA), facilidade de pesquisa de preço, comodidade, etc. O consumidor pós-crise será mais consciente e exigente.

3. Expansão digital. O isolamento forçou a quebra da resistência dos consumidores às compras online. Com isso, aplicativos e marketplaces vão se tornar instrumentos de vendas para todo o varejo. A penetração da tecnologia em todas as classes, aliada à indicação por IA, torna mandatória a presença digital. À medida que a indústria passa a se relacionar diretamente com os consumidores, as lojas físicas têm de se reformular como ponto de distribuição ou como local de experimentação de produtos.

4. Teletrabalho em escala. Constatada sua viabilidade, o home office tende a se consolidar nas empresas, ainda que parcialmente. Políticas e sistemas implantados às pressas vão ser aprimorados e ajustados à cultura organizacional. O desafio será descobrir como manter o engajamento, a motivação e a produtividade da equipe – dificuldade já observada no modelo antes da pandemia.